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Elizabeth II
em 1953

Denominada de "St. Edward's Crown" (coroa de Santo Eduardo), e tomou este nome por que sua primeira modelagem veio do monarca Edward o Confessor, no século XI. Sua modelagem final e atual ocorreu por ocasião da restauração da monarquia britânica e ao mesmo tempo cerimônia de coroação do Rei Charles II, em 1661.

É feita de ouro e possui quase 2800 gemas entre pedras preciosas e semi-preciosas e é a mais pesada de todas as coroas britânicas, com 2,250 kg. Talvez por isto é que no decorrer dos séculos se padronizou um costume entre os monarcas britânicos de usá-la somente na cerimônia da coroação, optando-se por construir uma outra como sendo a Coroa do Estado, ou usar uma que já existia, pois usar todo este peso por algumas horas causa muito desconforto.

É a coroa usada na heráldica britânica para representar a coroa real. O último monarca a usá-la foi a atual rainha do Reino Unido, a Rainha Elizabeth II, na cerimônia da sua coroação em 1953, na Abadia de Westminster, em Londres.



Elizabeth II

Na Inglaterra a coroa usada pelo monarca reinante é chamada no modo mais simples de "Coroa do Estado", mas é denominada oficialmente como "A Coroa Imperial do Estado". É usada principalmente em cerimônias de coroação e uma vez por ano na abertura do Parlamento Inglês.

Esta coroa em específico foi feita em 1837 para a coroação da Rainha Vitória, mas foi remodelada e trabalhada para ser a Coroa do Estado da atual Rainha do Reino Unido, a Rainha Elizabeth II, que foi coroada em 1953. A coroa usada na coroação da Rainha foi a denominada "Coroa de St. Edward".

Ela pesa 910 gr, tem 31,5 cm de altura e possui ao todo 3000 jóias entre os quais a safira encontrada na Cruz Maltesa, dita como usada como anel pelo Rei Henry II em 1163; o rubí "Príncipe Negro"; e o mais precioso de todos, o diamante africano conhecido como "A "Segunda Estrela da África", de 317 kilates, que por sua vez já foi "cortado" de um diamante maior, mais caro e mais raro ainda, o diamante "Collinan II". O diamante Collinan II era grande demais e grotescamente lapidado e estava assim desde a idade média. Há ainda nesta coroa outras 2800 gemas entre pedras preciosas e pérolas. A outra "parte" do "Collinan II" foi usada no atual cetro real.



Elizabeth II

Mais conhecida como diadema, esta tiara foi feita para a coroação do Rei George IV em 1820. Foi também usada pela Rainha Vitória e atualmente é usada pela Rainha Elizabeth II em cerimônias de estado ocasionais e é a imagem usada nas moedas e estampas de dinheiro e de selos. Possui 1333 diamantes.

Assim como a maioria das rainhas britânicas, Elizabeth também optou por usar uma segunda coroa, mais leve e mais prática para reuniões casuais e menos glamourosas.



Elizabeth
em 1937

Esta coroa foi feita para coroação da Rainha Consorte, Rainha Elizabeth, na ocasião da coroação do Rei George VI, em 1936. Esta é a rainha popularmente e carinhosamente conhecida como "Rainha Mãe", falecida no final de março de 2002.

Esta coroa é incomum para com todas as demais da Inglaterra, pois é feita de platina. Possui 2800 diamantes, entre os quais um em especial tirado da coroa da Rainha Vitória, que fica na Cruz Maltesa, conhecido como "Koh-i-Noor".

Este diamante é lendário e veio da Mongólia. O primeiro registro que se tem dele é de 1526, citando ter sido de um sultão que reinou em 1304. Diz a lenda que todos os soberanos que o possuíram tiveram calamidades na sua vida ou morreram bruscamente após possuírem-no. Na época em que a Inglaterra tomou posse da Índia, também tomou posse dos seus tesouros e lá estava o tal mal afamado diamante. Por causa desta fama, nenhum monarca masculino ousou usar este diamante em sua coroa. Antes na Rainha Mãe, apenas três rainhas usaram-no em suas coroas: Mary, Alexandra e a já citada Vitória.

Originalmente ele tinha extraordinários 787 kilates e depois de tantas lapidações mal feitas e tantos "cortes" ele chegou aos míseros 105,6 kilates.   



George V
em 1911

Esta coroa é conhecida como "Coroa Britânica da Índia" e ganhou este nome por várias razões. O Parlamento Inglês estabeleceu uma lei para proteção das Jóias da Coroa que ordena que nenhuma delas pode sair do território da Inglaterra. Queriam que fosse evitado que um monarca quisesse usar as jóias para conseguir dinheiro para qualquer razão. Por exemplo, Charles I, um dos reis antigos, usou Jóias da Coroa para pagar as tropas num levante que culminou numa guerra civil na época, e muitas jóias preciosas não existem mais.

Em 1911, George V também foi entronado como Imperador Britânico na Índia, que na época era território conquistado pela Inglaterra. Quando o rei fosse lá, não poderia levar a coroa da Inglaterra e então recebeu, como presente de coroação, várias jóias dos príncipes indianos para ser feito esta coroa. Eram esmeraldas, safiras, rubis e 6100 diamantes de vários tamanhos. Pesava 0,92 Kg e é registrado num livro da época que o rei Charles I reclamou de desconforto após tê-la usado por 3 horas e meia.


Esta coroa pertenceu à Rainha Consorte, a Rainha Mary, e foi feita para a ocasião da coroação do seu marido, o Rei George V e também para a sua coroação, em 1911. É uma das quatro únicas que usou o mal afamado diamante "Koh-i-Noor".

Este diamante hoje repousa sobre a coroa da falecida Rainha Elizabeth, a "Rainha Mãe".



George VI
em 1937

Esta coroa foi construída para ser a Coroa do Estado, em 1838, no reinado da Rainha Vitória. Não é a da coroação, que é a atual Coroa de Estado da rainha Elizabeth II, porém remodelada. Mesmo assim, esta coroa não foi muito usada pela rainha pois ela a achava pesada e mandou construir uma segunda menor e mais leve.

Originalmente nesta coroa só estava incrustada um dos diamantes famosos das Jóias da Coroa: o diamante de origem mongol o "Koh-i-Noor". Mais tarde, por ocasião da coroação do Rei George VI (marido da "Rainha-mãe" e pai da rainha Elizabeth II), em 1937,  foi acrescentando ainda o mais famoso de todos,o diamante "Collinan II". Justamente por causa desta última alteração, a coroa ficou fraca na sua armação. Por causa disto foram tirada as jóias mais preciosas e colocadas na atual coroa da Rainha Elizabeth II (usada na coroação da Rainha Vitória), em 1953, para ser a Coroa do Estado.

Este é um exemplo de como estão várias carcaças de antigas coroas que foram substituídas por outras mais novas, ficando apenas as armações e algumas poucas jóias semi-preciosas sem muito valor.


Coroa feita para a época em que o Reino Unido teve como Monarca um Rei da linhagem dos Hanover, por isso é que essa coroa é conhecida como Coroa de Hanover.

Note outra vez a saliência deixada aonde repousava o "Collinan Diamond". Este famoso diamante africano foi usado em várias coroas desde o ano de 1715 até 1939, quando repousou pela última vez em seu estado original na coroa da "Rainha Mãe". Atualmente a pedra encontra-se na coroa da Rainha Elizabeth II, lapidado e renomeado como "A Segunda Estrela da África".


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Rainha Vitória

Esta é a segunda coroa da Rainha Vitória. a que ela passou a usar publicamente, e inclusive nas aberturas anuais do Parlamento Inglês.

A Coroa do Estado (a da atual Rainha Elizabeth II) era muito pesada e foi ordenado que se fizesse uma coroa menor e mais leve.

Era minúscula pois tinha 9,9 cm de altura e 9 cm de diâmetro e fora decorada com pedras preciosas da própria rainha, inclusive de um colar. Possuía 1300 diamantes.


Coroa e "Orb" usados na coroação do Rei Charles II, em 1661.

O "Orb" é chamado de "Sovereign's Orb", (Globo, ou Esfera, ou Mundo do Soberano). O monarca, quando é coroado, recebe esta peça oca, de ouro, com uma cruz e com com faixas cravadas com pedras preciosas, simbolizando o rei como o "Defensor da Fé".

Este é um cargo eclesiástico que foi "auto-outorgado" e usado pela primeira vez por Henry VIII, famoso por se divorciar da esposa espanhola, nariguda, introvertida e sempre enclausurada, para casar-se com Ana Bolena em 1584, com a desculpa de querer ter um filho homem. Para efetuar o divórcio, negado pelo papa, Henry tirou a autoridade papal como soberano espiritual do país. Henry criara assim a Igreja Anglicana. Desde lá todo soberano da Inglaterra é o soberano espiritual também. Esta é uma das razões porque muitos ingleses não acham que o Príncipe Charles (por suas peripécias conjugais) seria digno do posto, e portanto ser Rei.


Reprodução da coroa feita em 1685 para a coroação da Rainha Mary de Modena, Rainha Consorte, segunda esposa do Rei James II. Foi feita mais larga para ser usada por cima de perucas, muito usuais como estilo de moda na época.

Tinha 38 diamantes grandes, 523 diamantes médios a pequenos e 129 pérolas.

Posteriormente também também foi usada como "Coroa do Estado" no período Georgiano.


Esta reprodução de "cap" (boné), ou diadema, também pertenceu à Rainha Mary de Modena, e foi usada na procissão de ida à sua coroação e à do seu marido, o Rei James II, em 1685. Tinha muitas pedras preciosas e pérolas que com o tempo foram sendo substituídas ou tiradas para serem usadas em outras coroas. Uma das mais preciosas pedras era o "Headband" que simbolizava a autoridade no Oriente.

Posteriormente várias rainhas coroandas usaram este "cap" nas procissões até entrarem no mosteiro de Westminster, local tradicional para as coroações, aonde recebiam a Coroa do Estado. Houve uma exceção masculina por ocasião da coroação do Rei George I, que também usou este "cap" na sua procissão.



Charles
em 1969

Coroa feita para a investidura do Príncipe Charles como Príncipe de Gales, em 1969 no Castelo de Caernarvon, em Gales.

De desenho inovador e arrojado, fugiu de todos os padrões de coroas antigas.

Foi construída com metal leve e foi banhada à ouro, tornando-a leve e confortável para o uso. As tradicionais figuras encontradas nas coroas britânicas, a flor-de-lis e a cruz maltesa foram estilizadas, dando a impressão de serem raios.

Mesmo sendo feita em 1969, até hoje ela aparenta um desenho atual e também futurista.

 


Coroa feita em 1728 para o Príncipe Frederick Louis, Príncipe de Gales, filho do Rei George II. O último a usá-la foi o Rei Edward VII, quando ainda era Príncipe de Gales.


Coroa feita em 1901 para o Príncipe George para ser usada como coroa de Príncipe de Gales na coroação do seu pai, o Rei Edward VII, em 1902. Este príncipe depois se tornou depois o Rei George V. Posteriormente esta coroa também foi usada pelo seu filho, o Príncipe Edward, que viria a ser o Rei Edward VIII em 20 de janeiro de 1936, mas que abdicou do trono no dia 10 de dezembro do mesmo ano para casar-se com uma "plebéia". Esta coroa foi levada para a França, aonde Edward foi morar, e por lá permaneceu até a sua morte em 1972, quando então ela voltou ao tesouro do Reino Unido.

A abdicação de Edward favoreceu o seu irmão mais novo, o Rei George VI, pai da atual rainha da Inglaterra, a Rainha Elizabeth II.


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Príncipe Edward
em 1911

Esta diferente coroa foi feita em 1911 para a investidura do Príncipe de Gales, Príncipe Edward.

Com a morte de seu pai em 1935, o Rei George V, ele se tornou o Rei Edward VIII, mas abdicou do trono alguns meses depois (veja o relato acima).


Conhecida como a Coroa da Escócia esta coroa, que tradicionalmente é ligada à data da época de Sir Robert the Bruce, é na realidade um modelo de uma coroa da época do Rei James V, em 1540.

Ela pesa 1.34 Kg e foi construída com ouro escocês, e repousam sobre ela pérolas brancas, jacintos, topazes brancas, carbúnclos, quartzos, ametistas e diamantes.

Por lei, declarada após a constituição do Reino Unido em 1707, que "uniu" a Inglaterra, a Escócia e a Irlanda do Norte, esta coroa deveria ficar para sempre na escócia e seria usada apenas nas serimônias de coroação do monarca. A atual rainha do Reino Unido, a Rainha Elizabeth II foi a última a usá-la, em 1953. A coroação principal da Rainha ocorreu na Abadia de Westminster, em Londres, mas por lei ela teve que ser também coroada na Catedral de Saint Giles na Escócia aonde usou esta coroa.

Há uma esperança antiga entre os escoceses mais tradicionalistas de que um dia haja novamente o Reino da Escócia, separado da Inglaterra, soberano e com constituição própria. Esta é a luta dos escoceses desde os tempos mais remotos da história da Europa. O Filme "Braveheart" do ator-diretor Mel Gibson retrata uma parte desta luta, aonde aparecem três personagens importantes: Sir Willian Wallace, Sir Robert The Bruce e o cruel Rei Edward I.


Esta é a antiga coroa de James V, de 1540, usada como modelo para a atual Coroa da Escócia. Dela só resta a carcaça amassada, e as pedras nela vista são semi-preciosas e sem valor, colocadas para substituir as originais.