Henry VIII

Henry VIII
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1491, nascia em Greenwich, o segundo filho de Henrique VII e seu sucessor como rei da
Inglaterra. Subindo ao trono em 1509, Henrique VIII desposou Catarina de Aragão, filha do
rei da Espanha, viúva de Artur, seu irmão mais velho. O casamento, por longas
negociações diplomáticas, marcava a aliança entre duas grandes potências e as bodas
foram faustosas. |

Anna Bolena
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O jovem rei, amante da vida, impetuoso, desejava brilhar em todos os
campos e chefiou, pessoalmente, uma expedição contra a França. Mas, depois, Henrique
compreendeu que a conquista da França, onde a monarquia não se havia ainda consolidado,
era uma empresa muito difícil, sem o apoio da Espanha e do Imperador da Alemanha, e
concluiu a paz com o rei da França, dando-lhe por esposa sua irmã Maria.
Henrique estava irritado ao máximo contra a Espanha, que lhe retirava o apoio durante
a guerra, e desabafava sua cólera sobre Catarina, à qual censurava a traição do pai.
Além disso, culpava a rainha de não ter filhos. A grande ocasião para a Inglaterra
participar do domínio político da Europa foi oferecida pela guerra entre França e
Espanha. Henrique aliou-se com Carlos V, sobrinho da rainha e herdeiro tanto da coroa de
Espanha como do Império Germânico.
Henrique VIII preocupava-se com a estabilidade dinástica dos Tudor, pois, de seus
cinco filhos com Catarina, apenas Maria sobrevivera. Já desde muito tempo desejava romper
o casamento com Catarina de Aragão, mas somente o Papa poderia dissolver aquele liame
político, o rei hesitava, porque era profundamente religioso, mas, quando se apaixonou
por Ana Bolena, uma jovem e bela dama da corte, não teve mais escrúpulos. Já enamorado
de Ana Bolena (dama de honra da rainha), ele optou pelo divórcio em 1527, encarregando
seu ministro, Wolsey, de obtê-lo junto ao papa Clemente VII. Mas este recusou seu pedido.
Inconformado com a decisão do papa, o soberano soube explorar o descontentamento geral
em relação ao clero inglês, pressionando-o a reconhecê-lo como chefe supremo da Igreja
na Inglaterra. Em 1533, o novo arcebispo da Cantuária invalidou seu casamento anterior e
Ana Bolena foi coroada rainha. Excomungado pelo papa, Henrique VIII conseguiu passar dois
atos pelo Parlamento, em 1534: o primeiro negava a autoridade papal na Inglaterra; o
segundo o Ato de Supremacia declarava a Igreja da Inglaterra uma
instituição separada, tendo no rei seu chefe supremo. Ana Bolena teve apenas uma filha
(Elizabeth I) e a sucessão dinástica continuava sem herdeiro; sob acusação de
adultério, Ana foi executada em 1536. Henrique VIII ainda casou mais quatro vezes. Alguns
dias após a morte de Ana Bolena, casou-se com Jane Seymor. A nova rainha, meiga e dócil,
conseguiu que Henrique VIII aceitasse na Corte as duas filhas, nascidas de casamentos
anteriores. Ela morreu após haver dado ao marido o tão suspirado herdeiro, Eduardo, que,
porém, viveu somente 17 anos.
Em 1540, embora muito triste, o rei pesou logo num vantajoso casamento político, que
consolidasse a aliança com uma das duas máximas potências européias; após várias
negociações desposou Ana Cléves, filha de um duque de Flandres. Mas a quarta rainha era
pouco atraente, pouco culta, não podia satisfazer a um homem requintado como era Henrique
VIII e esse matrimônio, ao qual se conformara por motivos políticos, foi declarado nulo
e Ana Cléves ficou na Inglaterra, com uma rica pensão. O rei, já doentio, maduro,
pusera os olhos sobre uma jovem dama de honor, sobrinha do poderoso duque de Norfolk,
menina de dezessete anos, Catarina Howard, que foi a quinta esposa de Henrique VIII. Bela
moça, frívola, mas de coração bondoso, a nova rainha procurou amenizar o caráter do
marido, amansar-lhe a crueldade, mas ela também foi vítima, porque, quando sua conduta
leviana foi revelada ao rei, este ficou profundamente ferido em seu amor e no orgulho e
Catarina subiu ao patíbulo, tal como Ana Bolena.
Henrique VIII aos 50 anos, parecia envelhecido, mas sua política se refinara, a
segurança do seu poderio tornava-o mais clemente, mas também mais astuto. Quando se
reacendeu a guerra entre França e Espanha, ambas as potências procuraram aliança com a
Inglaterra e a sede de domínio do rei foi satisfeita. Henrique VIII não fora feito para
viver só, e outra dama da corte, Catarina Parr, atraiu-lhe a atenção. Era uma jovem
viúva, graciosa, meiga, digna, afeiçoada aos filhos do rei. Os últimos anos do reinado
de Henrique VIII transcorreram adoçados pela influência da boa e sábia Catarina. Foram
anos ocupados em guerrear a França, a Escócia, a consolidar o poder absoluto, a
desenvolver a Marinha, dando o início ao poderio naval da Inglaterra.
Uma infecção, que desde anos o fazia sofrer, numa perna, estendeu-se ao corpo todo e
rei faleceu em 1547.
Apesar das modificações realizadas na Igreja, Henrique VIII nunca introduziu a
doutrina protestante. Todos aqueles que se negaram a aceitar os ensinamentos da Igreja da
Inglaterra, assim como os que rejeitaram a autoridade eclesiástica de Henrique VIII,
foram executados. Em relação à monarquia, reforçou os elementos autoritários
característicos da dinastia Tudor. A solidez do poder implantada por Henrique VIII foi
amplamente utilizada durante o reinado de Elizabeth I.
Durante os 38 anos de seu reinado, exerceu importante papel na política européia,
tornando a Inglaterra uma das maiores potências navais da época e separando da Igreja
Católica Romana e Igreja da Inglaterra. |