O Marechal do Ar Eduardo
Gomes é o patrono da Força Aérea do Brasil. A maioria absoluta dos militares
brasileiros republicanos raramente possuem brasão de armas mas nada impede que se preste
homenagens a personalidades que mereçam reconhecimento por seus feitos militares na forma
de um brasão. Veja mais detalhes biográficos sobre o Marechal do Ar Eduardo Gomes em:
- https://pt.wikipedia.org/wiki/Eduardo_Gomes
- www.militar.com.br/modules.php?name=Historia&file=display&jid=252
- www.militar.com.br/modules.php?name=Historia&file=display&jid=253
Um BRASÃO DE HOMENAGEM é um desenho de brasão heráldico criado por
uma pessoa que quer prestar homenagem a alguém que já faleceu. Não pode ser um
"brasão pessoal" no sentido técnico da palavra pois pra ser considerado como
tal, como o nome alude, a pessoa brasonada é quem tem que definir como seria seu próprio
brasão. O termo mais técnico seria o de um brasão "post mortem" e
seu desenho é feito a critério pessoal do homenageador.
Certamente que houve muitos militares renomados na história do Brasil, incluindo os da
Força Aérea do Brasil, uma Arma militar que surgiu muito recentemente. O primeiro
emprego militar aeronáutico do mundo ocorreu na 1ª Guerra Mundial. Por esta razão um
novo tipo de brasão pessoal militar surgiu, o de brasão de aviador militar pois
até então todo militar era da Marinha ou do Exército.
Atualmente a nação mais estruturada na heráldica é sem dúvida o Reino Unido da
Grã-Bretânha e foram seus heraldistas que criaram um símbolo específico para timbrar
um brasão de militar aviador e também as corporações das recém criadas forças
militares aeronáuticas que surgiam. O símbolo é a COROA ASTRAL.
A coroa astral recebeu este nome fazendo alusão aos elementos celestes, como as
estrelas, os pássaros, etc, à imitação da coroa naval, usada para timbrar brasões de
militares navais e de unidades militares navais. A configuração de uma coroa astral é:
um aro rematado por quatro conjuntos, cada qual formado por uma estrela ladeada por asas,
tudo de ouro. Tão logo foi inventado este desenho, alguns outros países resolveram
adota-lo também, mas com alguns detalhes característicos que diferenciavam do modelo
britânico.
Ao contrário da coroa naval, também britânica, mas que já é usada aqui no Brasil,
a coroa astral ainda não é usada nem para timbrar brasões de militares da aeronáutica
e nem mesmo de brasões de unidades militares. Tudo é questão de falta de costume.
Por não ser ainda usada no Brasil, a nossa versão de coroa astral é apenas uma
sugestão, pois como o nome já se explica em si, é um desenho de homenagem, a nossa
homenagem ao Marechal do Ar Eduardo Gomes na forma de um brasão.
TEXTO DA CARTA DE BRASÃO DE ARMAS DE HOMENAGEM AO MARECHAL DO AR EDUARDO GOMES,
DESCRIÇÃO HERÁLDICA:
Escudo cortado, o primeiro com as armas dos Gomes, que é de verde com um pelicano de
pietá de prata, o segundo de azul com uma constelação do Cruzeiro do Sul de prata,
sobretudo na linha do partido uma hélice de duas pás de ouro; o segundo cortado de
vermelho com um braço armado empunhando uma espada em riste, tudo de ouro, alado de
prata. Sobre o escudo uma coroa astral formada por um aro de ouro encimado por quatro
conjuntos formados por uma estrela de cinco pontas de prata carregada por um besante azul
sobrecarregado por uma constelação do Cruzeiro do Sul de prata, sendo cada estrela unida
por asas de ouro, uma à destra e outra à sinistra, sendo aparente apenas o conjunto da
frente e os laterais pela metade. Contornando o escudo uma faixa do grau Grã-Cruz da
Ordem do Mérito Aeronáutico da Força Aérea do Brasil, na sua cor.
JUSTIFICAÇÃO HERÁLDICA:
- O "Pelicano de Pietá", que é o conjunto heráldico formado
por um pelicano que abre seu peito e dá seu sangue, ou suas carnes, de alimento aos
filhotes que estão no ninho, faz alusão às conhecidas armas dos Gomes, fazendo alusão
ao sobrenome de Eduardo Gomes. Uma observação: no surgimento destas armas na Idade
Média não ficou definido quais eram as suas cores heráldicas e por isso fica a
critério artístico de cada desenhista aplicar as cores heráldicas que achar melhor.
Para o conjunto visual do nosso desenho adotamos a cor prata para a ave, o ninho e os
filhores, sobre o campo verde.
- O conjunto formado por um campo azul com a constelação do Cruzeiro do Sul
é possivelmente o símbolo mais comum para representar o Brasil desde os tempos do
surgimento da independ~encia do Brasil.
- A hélice de duas pás representa o avião, que é o veículo que
Eduardo Gomes adotou desde a sua juventude como paixão e que no decorrer do histórico da
sua vida o transformou no que hoje ele representa para a aeronáutica militar brasileira.
- O braço alado empunhando a espada representa algo da personalidade de
Eduardo Gomes, ou seja, o braço empunhando a espada representa o seu militarismo e as
asas representam seu empreendedorismo feito com bravura e rapidez, traços caracterísicos
na sua biografia.
- A Coroa Astral, que tem este nome por causa dos astros celestes, é uma
peça heráldica ainda não usual na heráldica brasileira pois é algo tão recente
quanto o surgimento da própria aeronáutica, levando em consideração que a arte
heráldica surgiu da alta Idade Média. Esta peça heráldica foi criada em meados do
século XX pelos heraldistas do Reino Unido da Grã-Bretânha para ornar brasões de um
novo tipo de militar e Unidade Militar que surgiu a partir da primeira guerra mundial, o
militarismo aeronáutico. Como é uma peça heráldica recente, cada Nação tem criado
seu próprio estilo artístico de coroa astral. Países como Portugal e Chile já adotaram
oficialmente a coroa astral, cada qual com alguns detalhes que diferem da coroa astral
britânica. No nosso brasão de homenagem criamos uma versão particular de coroa astral
adotando como distinção uma característica militar brasileira: a estrela é de cinco
pontas e sobre ela tem a constelação do Cruzeiro do Sul de prata sobre fundo azul.
- Adornando o escudo está a principal condecoração da Força Aérea Brasileira, a Ordem
do Mérito Aeronáutico, com a faixa do grau Grã-Cruz conferido ao
Brigadeiro-do-Ar Eduardo Gomes em 29 de Setembro de 1971. A peça é formada pela faixa e
pelo medalhão desta referida Ordem, no seu grau distinto, e nas proporções oficiais.
Como o tipo de cor da faixa não é usual na arte heráldica, ela foi colorida "na
sua cor", que é o termo heráldico que tipifica a coloração literal da peça
representada.
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